A população idosa desperta grande interesse no presente, pelo seu crescimento, sendo
cada vez mais necessário elucidar quais são as condições clínicas que podem indicar o
aparecimento de declínio cognitivo nessa população. Esta dissertação foi elaborada a
partir de dois artigos. O primeiro apresenta uma investigação na literatura, baseada no
modelo de revisão sistemática, com o objetivo de investigar o declínio cognitivo no
envelhecimento e o uso de instrumentos executivos e de funcionalidade. Com esta
revisão, observamos que as funções executivas estão relacionadas às competências nas
ações cotidianas, e quando associadas aos instrumentos funcionais contribuem para um
melhor entendimento das alterações subjacentes no declínio cognitivo, evidenciando o
diagnóstico clínico. Para a realização deste estudo, foram catalogados 2070 documentos
e após exame criterioso, foram selecionados para análise qualitativa 30 documentos
categorizados por combinação de instrumentos, sendo encontrados: 13 estudos com
instrumentos executivos e de funcionalidade, 09 estudos com instrumentos executivos e
08 estudos com instrumentos de funcionalidade. O segundo estudo apresenta um estudo
experimental realizado no ambulatório de geriatria do Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho, no qual foi realizada uma análise descritiva e inferencial de 63
pacientes atendidos neste ambulatório, utilizando as seguintes medidas utilizadas na
Avaliação Geriátrica Ampla: Mini Exame de estado mental (MEEM), Teste de Desenho
do Relógio (TDR), Fluência Verbal Semântica (FV), Escala de Demência Clínica
(CDR), Escala Katz e Escala Lawton. As medidas neuropsicológicas que visam avaliar
o funcionamento executivo foram alinhadas com esses instrumentos, são eles: Teste de
Dígitos, Teste de Sequência de Número e Letra, Teste de Cubo, Teste de Trilha da Parte
A (TMTA) e Parte B (TMTB). A amostra estudada evidenciou que 76,2% é composta
por mulheres, a média de idade deste grupo é de 77,8 anos e a escolaridade representada
em anos de estudos mostrou que 30,2% tinham entre 05 e 08 anos de estudos. Os
resultados obtidos no MEEM nesta amostra indicaram que 52,4% dos participantes não
apresentaram alterações cognitivas ao exame, 28,6% não apresentaram alterações no
teste de VF e na TDR 28,6% não apresentaram falhas na tarefa, o resultado da CDR
mostrou que 90,5% dos sujeitos tinham demência questionável. Os resultados obtidos
nos testes executivos apontaram que o TMT B é afetado pela escolaridade e pelo
envelhecimento, e a Escala de Lawton apresentou maior média para o grupo com maior
escolaridade